
O menino fazia aniversário. Após o tradicional “parabéns a você” e o
apagar de seis velinhas, a surpresa dos presentes. Pacotes de
todas as cores e tamanhos. O último a ser aberto parecia o melhor.
Era o de seu pai. Uma série de camadas de papel superpostas
escondia o presente. Era apenas um papel que dizia: Meu filho, este
ano lhe darei 365 horas do meu tempo, uma hora por dia. Esta hora,
em geral após o jantar, poderá ser diferente em dias especiais, e é inteiramente sua. Vamos aonde
você quiser, podemos brincar do que você quiser ou simplesmente ficar conversando sobre suas aulas,
seus amigos, suas descobertas e dúvidas.
O presente foi tão gostoso que teve que ser renovado nos anos seguintes. Foi o melhor presente de
minha vida, avaliou o filho, anos mais tarde. Não há dúvidas de que a autoridade paterna está em
declínio. Sua influência foi substituída pelos amigos, pela TV e até mesmo pelos colegas da mesma
idade.
O saudoso padre Eugéne Chaboneau escreveu um dia uma meditação para os pais:
- Só uma vez nosso filho terá três anos e estará doido para sentar em nosso colo.
- Só uma vez ele terá cinco anos e quererá brincar conosco.
- Só uma vez terá dez anos e desejará estar conosco, em nosso trabalho.
- Só uma vez será adolescente e verá em nós um amigo com quem conversar.
- Só uma vez estará na universidade e quererá trocar idéias conosco
Se perdermos essas oportunidades, perderemos nosso filho para sempre e ele não terá pai.
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